Alto Alegre,

Vacinação: 22 estados têm aumento na cobertura da Tríplice Viral
Imunizante é fundamental na proteção contra sarampo, caxumba e rubéola. OMS está no Brasil entre os dias 7 e 9 de maio para dar continuidade ao processo de reconhecimento de país livre do Sarampo

Por Redação
Publicado 09/05/2024
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Os dados de vacinação continuam apontando resultados positivos em todo o País. Prova disso são as coberturas para tríplice viral, que tiveram aumento em 22 das 27 unidades da Federação. Em quatro (Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo) essa vacina já ultrapassa a meta de 95% de cobertura. Em 2022, nenhum estado do país tinha alcançado a meta de 95% para esta vacina. No índice geral, o país também está mais perto do resultado esperado, registrando 93% de cobertura com os dados disponíveis até o momento.

Os avanços são mais significativos em regiões como o Distrito Federal, que passou da menor cobertura em 2022, com 61%, para 91% em 2023, bem próximo à meta. Outros estados que também não chegavam a 70% no ano anterior e ampliaram as coberturas para a tríplice são Rio Grande do Norte, que saiu de 66% para 70%; Bahia, de 67% para 73%; e Ceará, que passou de 67% para 90%.

Na outra ponta da tabela, estados como Santa Catarina (94%), Piauí (93%), Amapá (91%) e Espírito Santo (90%) estão muito próximos de alcançar a meta de 95% para o imunizante. Nestes locais, a cobertura vacinal variou entre 70% e 88% em 2022. Segundo informações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) , os dados podem ser ainda melhores, já que alguns estados têm bases próprias e as atualizações demoram a chegar à rede nacional.

Isso significa que até o segundo semestre de 2024, os números de 2023 ainda sofrerão atualizações. Isso é especialmente verdade para imunizantes como a vacina contra Hepatite B e BCG — recebidos no primeiro mês de vida — cujos dados podem ficar represados nos sistemas municipais e estaduais.

Brasil sem sarampo
A tríplice viral é uma das vacinas ofertadas no Calendário Nacional de Vacinação , cujo esquema vacinal corresponde a duas doses para pessoas de 12 meses até 29 anos de idade, e uma dose para adultos de 30 a 59 anos. Esse imunizante protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola – três doenças altamente infecciosas que podem causar sequelas graves e foram responsáveis por epidemias no passado.

No caso do sarampo, o Brasil é um dos poucos países do mundo que não enfrenta uma nova epidemia atualmente. “É por isso que retomar as altas coberturas vacinais é tão importante. Queremos manter nossas crianças e jovens seguros sem as sequelas desta grave infecção, como ocorre em países da Europa e Estados Unidos, por exemplo”, reforça a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Ainda neste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o aumento de casos da doença na Europa como ‘alarmante’. Foram mais de 58 mil infecções pelo vírus em 41 países ao longo de 2023, um aumento em relação aos últimos três anos. Enquanto isso, o Brasil está em vias de voltar a ter o título de ‘país livre de sarampo’ após sair da condição de região endêmica no ano passado.

Nesta semana, entre os dias 7 e 9 de maio, o país recebe a visita da Comissão Regional de Monitoramento e Reverificação da Eliminação do Sarampo, Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita na Região das Américas e do Secretariado da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) com o objetivo de acompanhar a implementação do plano de ação nacional, dando continuidade ao processo de recertificação do Brasil como livre da circulação de sarampo e com sustentabilidade da eliminação da rubéola e SRC.

“Para manter este cenário, é fundamental alcançar coberturas vacinais de, no mínimo, 95% de forma homogênea, visando a proteção da nossa população diante da possibilidade de ocorrência de casos importados do vírus, reduzindo risco de introdução da doença e garantindo segurança até mesmo das pessoas que não podem se vacinar”, explica o diretor do PNI, Eder Gatti.

Processo de recertificação
Nesta terça-feira (7), a Comissão de Monitoramento e Reverificação na Região das Américas e o Secretariado da OPAS/OMS - Washington estão em São Paulo, estado avaliado como de alto risco para introdução de casos de sarampo. Na ocasião, estão sendo avaliadas a situação e a vigilância epidemiológica e laboratorial, atividades de imunização e resposta rápida contra sarampo, rubéola e síndrome da rubéola congênita (SRC).

Em seguida, nos dias 8 e 9 de maio, o grupo segue para Brasília, onde se reúne com Ministério da Saúde, Anvisa, Câmara Técnica Nacional de especialistas para a interrupção da circulação do sarampo e sustentabilidade da eliminação da rubéola e da SRC, para apresentação da situação epidemiológica do sarampo na Região das Américas e orientações ao Brasil.

O Ministério da Saúde vai apresentar os avanços do país referentes à imunização, vigilância epidemiológica laboratorial, saúde da população indígena, Atenção Primária à Saúde, além dos fluxos do Brasil no contexto de emergência em saúde pública na própria pasta e na Anvisa.

Por fim, serão realizadas discussões entre os grupos participantes e a Comissão Regional da OPAS faz suas recomendações ao Brasil e comunicação a sua decisão sobre a o processo de recertificação.

Caso importado no Rio Grande do Sul
Em janeiro desse ano, o Brasil confirmou um caso importado de sarampo registrado no Rio Grande do Sul. Trata-se de uma criança de três anos, sem histórico de vacinação contra o sarampo, que residia no Paquistão (país endêmico para a doença) e se mudou para o Brasil em 26 de dezembro de 2023.

Passados mais de noventa dias desde o início dos sintomas, não foram identificados casos secundários. Durante esse período, o monitoramento no estado foi reforçado e todas as ações necessárias foram realizadas pelo Ministério da Saúde e pelas secretarias de saúde, incluindo busca ativa de casos e vacinação da população local, incluindo familiares, vizinhos e profissionais de saúde.

“A retomada das altas coberturas vacinais protege a população brasileira, inclusive em cenários como esse, uma vez que impede a transmissão interna do vírus no país mesmo com o registro de casos importados”, reforça Gatti.