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RONDÔNIA NO ALVO: Ibama mira bancos e fazendeiros contra financiamento do desmatamento ilegal
Rondônia está no foco da Operação Caixa-Forte 2, do Ibama, que mira o financiamento de desmatamento ilegal na Amazônia

Por Redação
Publicado Há 2 h
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O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deflagrou, na última semana, a Operação Caixa-Forte 2, atingindo diretamente fazendeiros e instituições financeiras com atuação em Rondônia. A ação faz parte de um esforço nacional para interromper o fluxo de crédito destinado a áreas embargadas por desmatamento ilegal na Amazônia.

A operação fiscalizou bancos e produtores rurais em 36 municípios da Amazônia Legal, com foco em regiões de Rondônia como o Vale do Jamari, Ponta do Abunã e Zona da Mata áreas reconhecidas pela expansão da fronteira agropecuária. No estado, o objetivo foi identificar operações de crédito rural concedidas em desacordo com as normas ambientais, especialmente aquelas vinculadas a áreas embargadas ou com registros de desmatamento ilegal.
 
O Ibama informou que foram aplicadas multas que somam R$ 11,2 milhões, envolvendo duas instituições financeiras e seis fazendeiros. Ao todo, foram identificadas 98 operações de crédito rural irregulares, totalizando R$ 25 milhões — sendo 83% voltadas à pecuária e 17% à agricultura.
 
Em Rondônia, os agentes cruzaram dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), registros fundiários e imagens de satélite, revelando um mecanismo financeiro paralelo que sustenta a degradação ambiental. Segundo o Ibama, o esquema permite a continuidade de atividades agropecuárias em áreas onde a produção deveria estar suspensa.
 
Responsabilização e novos paradigmas
 
Os casos foram encaminhados ao Banco Central do Brasil, que poderá instaurar processos administrativos e exigir a cobrança antecipada dos empréstimos irregulares. As informações também devem subsidiar investigações criminais sobre possíveis fraudes e lavagem de dinheiro provenientes de atividades ilegais.
 
A operação marca uma mudança na estratégia de combate ao desmatamento, mirando não apenas o desmatador, mas também quem financia e lucra com a destruição ambiental. Para o Ibama, romper o vínculo entre crédito e ilegalidade é essencial para conter a devastação da Amazônia. 
 
Contexto regional e perspectivas
 
Mesmo com avanços recentes, Rondônia ainda figura entre os estados com maiores índices de desmatamento da Amazônia Legal. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam uma redução de 11% no desmatamento entre agosto de 2024 e julho de 2025, reflexo das ações de fiscalização e de novas políticas de crédito verde.
 
A Operação Caixa-Forte 2 também reforça a importância da integração entre órgãos ambientais e instituições financeiras. Em Rondônia, a SEMA de Porto Velho e a Sedam têm atuado na cruzamento de dados de licenciamento, crédito rural e áreas embargadas, ampliando o controle sobre o uso irregular da terra e os fluxos financeiros que alimentam o desmatamento.
 
Com a Caixa-Forte 2, o Ibama busca mudar o eixo do combate ambiental  atingindo o bolso de quem financia a destruição da floresta.

Foto: Operação/Ibama

Fonte: rondoniaovivo