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 O preço da laranja pera destinada à indústria iniciou 2025 em patamar elevado, sustentado pela oferta ainda restrita e pela demanda firme por frutas que, até então, apresentavam boa qualidade. No entanto, nos meses seguintes, os estoques de suco com qualidade inferior e o enfraquecimento da demanda por novos lotes de laranja por parte da indústria passaram a pressionar o valor ao citricultor no 2º trimestre. Esse movimento foi reforçado por estimativa indicando safra 25/26 mais volumosa – em maio/25, o Fundecitrus projetava em 314,6 milhões de cx de 40,8 kg a produção de laranjas. Do lado industrial, pesava a expectativa de concentração da safra na 2ª florada, com intensificação da colheita entre agosto e setembro. Já os produtores mostravam-se insatisfeitos com as ofertas de preços apresentadas pela indústria. Desde o início da safra, chamou atenção a elevada taxa de queda de frutos, reflexo dos avanços do greening e do cancro e do clima adverso. Diante disso, o Fundecitrus revisou a produção da safra 25/26 para 294,81 milhões de cx. A citricultura nacional enfrentou meses de incerteza diante da possibilidade de um tarifaço por parte dos EUA sobre as importações de suco do Brasil. No entanto, julho de 2025 terminou com uma notícia positiva para o setor exportador: o governo norte-americano isentou o suco de laranja brasileiro da tarifa adicional de 40%. Apesar de a retirada da sobretaxa ter trazido alívio ao setor, o desempenho das exportações nos primeiros meses da temporada (jul/25 a nov/25) ainda ficou abaixo do mesmo período da safra anterior. Um dos destaques do início da safra foi a mudança na composição dos destinos: os embarques aos EUA e à União Europeia se igualaram, com participação próxima de 48% cada em volume. Nesse contexto, marcado por uma safra atrasada, contratos firmados em volumes menores e de forma mais tardia, a pressão sobre os valores foi intensificada no último trimestre do ano.