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FACÇÕES BEM ARMADAS: Rondônia faz parte da rota do tráfico internacional de armas
Rondônia faz parte da rota de entrada de armas pesadas no país para municiar o crime organizado

Por Redação
Publicado Hoje, às 08h 59min
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Foto: PCRJ

A recente megaoperação das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, realizada contra a facção Comando Vermelho (CV) nos complexos da Penha e do Alemão, revelou a dimensão do poder bélico das organizações criminosas no país. Ao todo, 118 armas foram apreendidas, entre elas 93 fuzis de guerra, muitos de origem estrangeira. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Rio, o armamento, proveniente de sete países, inclui modelos utilizados em zonas de conflito, como Síria e Iêmen, e representa um prejuízo estimado de R$ 12,8 milhões ao crime organizado.

O caso reacende o alerta para a rota internacional de tráfico de armas que passa pelo estado de Rondônia, devido à sua posição estratégica na fronteira com a Bolívia — um ponto de entrada recorrente de armamentos ilegais que acabam nas mãos de facções em grandes centros urbanos do país. Ao todo, já foram mapeados 17 pontos de entradas de armas no Brasil pela vasta fronteira de terra, tendo as maiores rotas via Paraguai e Bolívia. Com o aumento das fiscalizações nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, Rondônia se tornou opção para os grupos criminosos por fazer fronteira com a Bolívia. 

Para se ter uma ideia da importância de reforçar a proteção de fronteira em Rondônia, em junho deste ano (13/06/2025), a Polícia Federal deflagrou a Operação Magnus Terminus, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso envolvido no tráfico internacional de armas de fogo em Rondônia. Durante essa recente ação, duas pessoas foram presas em flagrante por posse ilegal de armas e munições de uso restrito. Ao todo, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão e três de prisão preventiva em Guajará-Mirim (RO), cidade que faz fronteira direta com a Bolívia.
 
As equipes apreenderam três revólveres, duas pistolas, cinco espingardas, 208 munições, além de peças usadas na fabricação clandestina de armas, dois veículos e R$ 4,9 mil em espécie. Também foi desmantelada uma oficina ilegal que servia ao grupo criminoso para montagem e manutenção de armamentos.
 
A investigação teve início a partir de informações coletadas na Operação Magnus Pedites, deflagrada em 2023, que mirava o tráfico de drogas na região. Segundo as apurações, o mesmo grupo realizava importações ilegais de fuzis e submetralhadoras da Bolívia, abastecendo o crime organizado em Porto Velho e em outros estados brasileiros.
 
Os envolvidos responderão pelos crimes de tráfico internacional de armas, associação criminosa e fabricação ilegal de armamentos, permanecendo à disposição da Justiça.
 
Diante desse cenário, autoridades de segurança reforçam a necessidade de ampliar o monitoramento das fronteiras, especialmente na Amazônia Ocidental. O governo federal aposta na PEC da Segurança Pública, que pretende fortalecer a integração entre União, estados e municípios no combate ao crime organizado e ao tráfico internacional de armas.
 
A escalada do poder de fogo das facções evidencia um desafio crescente: sem controle efetivo das fronteiras e ações coordenadas de inteligência, o tráfico de armas continuará alimentando a violência nas grandes cidades brasileiras.

Foto: PCRJ

Fonte: rondoniaovivo