RETRO 2025-CAFÉ: 2026 é marcado por recorde de preço e elevada volatilidade
Os preços do café arábica atingiram, no início de 2025, os maiores patamares reais da série histórica do Cepea, iniciada em 1999, com média de R$ 2.565,41/saca em fevereiro, já corrigida pelo IGP-DI. Apesar da expectativa de uma safra brasileira ligeiramente melhor, o 1º trimestre foi marcado por clima irregular. Após atraso das chuvas no fim de 2024, um período prolongado de calor intenso e baixa precipitação entre fevereiro e março comprometeu o desenvolvimento dos grãos nas principais regiões produtoras, impactando o balanço final da safra, estimada pela Conab em 56,5 milhões de sacas. No mercado externo, pesquisadores do Cepea indicam que os estoques globais ajustados, a expectativa de menor produção de robusta no Vietnã e incertezas quanto à safra brasileira sustentaram as cotações. Mesmo com alguma recuperação produtiva, o volume foi insuficiente para recompor estoques, enquanto a demanda global permaneceu firme, com sinais de enfraquecimento apenas a partir do meio do ano, especialmente no mercado brasileiro. Dados do Cepea mostram que os preços do arábica estiveram acima de R$ 2.000/saca durante quase todo o ano, com exceção de julho, quando a colheita ampliou temporariamente a oferta. Contudo, os valores voltaram a subir no fim de julho com o anúncio, por parte dos EUA, de uma nova tarifação sobre produtos importados do Brasil, com acréscimo de 40% aos 10% já anunciados em abril, totalizando 50%. A sobretaxa foi retirada apenas em novembro, movimento que deu novo impulso às cotações. Para o robusta, pesquisas do Cepea indicam que o cenário de oferta restrita também sustentou os preços, que, apesar da maior volatilidade, registrou em fevereiro a maior média real de sua série histórica. A boa safra brasileira de robusta e a produção vietnamita acima do inicialmente projetado trouxeram pressão aos preços ao longo do ano. Nos meses finais de 2025, incertezas climáticas no Brasil e no Vietnã voltaram a influenciar o mercado, mantendo o ambiente de instabilidade nas cotações.
Fonte: Cepea