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EUA vão queimar milhões de contraceptivos; ONG condena "desperdício"
Insumos foram adquiridos no âmbito do programa Usaids

Publicado Ontem, às 15h

Foto: © Marcello Casal JrAgência Brasil

Os Estados Unidos não doarão produtos contraceptivos aos países pobres e planejam destruir US$ 9,7 milhões de dólares em produtos contraceptivos femininos destinados a mulheres e jovens em todo o mundo. A denúncia do "ato irresponsável" é da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Após desmantelar a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), o governo de Donald EUA planeja queimar milhões de produtos contraceptivos provenientes dos contratos da agência, que foi fechada oficialmente no início deste mês.

Milhares de implantes, pílulas orais e dispositivos intrauterinos (DIUs) estão atualmente armazenados em Geel, na província belga de Antuérpia, à espera de serem enviados para a França onde serão queimados, segundo revelou o jornal The Guardian. 

Desperdício
A Médicos Sem Fronteiras condena a decisão da administração Trump que coloca em risco a saúde e a vida de mulheres e desperdiça o dinheiro dos contribuintes americanos gasto para financiar programas de planejamento familiar e saúde reprodutiva da Usaid.

"O governo dos EUA criou este problema. Destruir artigos médicos valiosos que já foram pagos pelos contribuintes norte-americanos não contribui em nada para combater o desperdício ou melhorar a eficiência. Esta administração está disposta a queimar contraceptivos e deixar os alimentos apodrecerem, colocando em risco a saúde e a vida das pessoas para promover uma agenda política", denuncia Avril Benoît, CEO da MSF-EUA, em comunicado.

"A decisão do governo dos EUA de queimar contraceptivos no valor de milhões de dólares é um ato intencionalmente irresponsável e prejudicial contra as mulheres e meninas em todo o mundo." 

De acordo com a porta-voz da organização, não há desculpa para destruir estes contraceptivos que estavam prontos para ser enviados a regiões afetadas por conflitos, particularmente atingidas pela escassez de produtos causada pelo fim do financiamento estadunidense.

"A realidade é que eles poderiam ser usados por profissionais de saúde em todo o mundo, especialmente em locais que dependiam dos programas contraceptivos da Usaid e agora enfrentam graves lacunas nos serviços devido à decisão do governo dos EUA de cortar drasticamente a ajuda externa e fechar a agência por completo", explica. 

Agenda antiaborto
A Médicos Sem Fronteiras condena ainda que os Estados Unidos vão pagar mais de US$ 167 mil dólares para destruir os contraceptivos e que tenham recusado as propostas de organizações que se ofereceram para assumir os custos do envio e de distribuição dos insumos.

Tanto as propostas da MSI Reproductive Choices como da a agência das Nações Unidas responsável pela saúde sexual e reprodutiva, a UNFPA, foram rejeitadas pela administração Trump. 

Segundo a Reuters, desde o regresso de Donald Trump à Casa Branca que os EUA estão a agir de acordo com uma política anti-aborto, conhecida como "Mexican City Policy", que restringe o financiamento a organizações estrangeiras que prestem serviços de acesso, defesa ou aconselhamento do aborto. 

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